G1/Jornal Nacional
O secretário de Educação do MEC anunciou que vai cortar 30% dos repasses para todas as universidades federais. O anúncio foi feito depois das reações críticas ao corte da verba de três universidades que tinham sido palco de manifestações públicas.
A decisão atingiu a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). As três tiveram cerca de 30% do orçamento bloqueados. Só na UnB foram quase R$ 40 milhões.
As três universidades estão entre as 50 melhores da América Latina, de acordo com o ranking de 2018 da Times Higher Education - um dos mais respeitados do mundo.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, explicou o motivo do bloqueio numa entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”. Afirmou que “universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia terão verbas reduzidas”.
Disse ainda que “a universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo”.
Weintraub deu exemplo do que considera bagunça: “sem-terra dentro do campus, gente pelada dentro do campus”.
E completou: “A lição de casa precisa estar feita: publicação científica, avaliações em dia, estar bem no ranking”.
As reações foram imediatas. Na Universidade de Brasília os estudantes protestaram.
A UnB negou que promova eventos de cunho político-partidário em seus espaços. Disse que, “como toda universidade, é palco para o debate livre, crítico, organizado por sua comunidade, com tolerância e respeito à diversidade e à pluralidade”.
A UFF afirmou que “defende com firmeza o princípio constitucional da livre manifestação do pensamento, com tolerância e respeito à diversidade e à pluralidade”.
O reitor da Universidade Federal da Bahia, que também é vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, João Carlos Sales, disse que até agora o motivo do bloqueio não foi esclarecido oficialmente.
“Nós vivemos um tempo difícil. Um tempo onde a liberdade de expressão tem sido questionada em muitos lugares. A universidade é um lugar de combate ao preconceito, a ignorância, a violência. Então certamente a universidade há de resistir”.
Na noite desta terça-feira (30), o governo mudou o tom. O secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima, disse que o bloqueio foi preventivo por causa da economia e pode ser revisto se a reforma da Previdência for aprovada.
Ele disse ainda que o corte de 30% vai valer para todas as universidades federais e institutos federais de ensino.
“São 30% de forma isonômica para todas as universidades no segundo semestre, que pode ser reavaliado dado um cenário econômico positivo que a gente está esperando”, disse o secretário do MEC.
O secretário falou também que, a partir de agora, para liberar mais verbas para as universidades o MEC vai adotar critérios como a qualidade do ensino e a inserção dos alunos no mercado de trabalho.
“A gente quer que as universidades foquem em prestar serviços melhores para os nossos cidadãos e que isso se reflita em ganhos de inovação, em ganhos de empregabilidade para os nossos alunos”.
O MEC assegurou que os programas de assistência ao estudante não sofrerão cortes.
![]() |
A decisão atingiu a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). As três tiveram cerca de 30% do orçamento bloqueados. Só na UnB foram quase R$ 40 milhões.
As três universidades estão entre as 50 melhores da América Latina, de acordo com o ranking de 2018 da Times Higher Education - um dos mais respeitados do mundo.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, explicou o motivo do bloqueio numa entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”. Afirmou que “universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia terão verbas reduzidas”.
Disse ainda que “a universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo”.
Weintraub deu exemplo do que considera bagunça: “sem-terra dentro do campus, gente pelada dentro do campus”.
E completou: “A lição de casa precisa estar feita: publicação científica, avaliações em dia, estar bem no ranking”.
As reações foram imediatas. Na Universidade de Brasília os estudantes protestaram.
A UnB negou que promova eventos de cunho político-partidário em seus espaços. Disse que, “como toda universidade, é palco para o debate livre, crítico, organizado por sua comunidade, com tolerância e respeito à diversidade e à pluralidade”.
A UFF afirmou que “defende com firmeza o princípio constitucional da livre manifestação do pensamento, com tolerância e respeito à diversidade e à pluralidade”.
O reitor da Universidade Federal da Bahia, que também é vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, João Carlos Sales, disse que até agora o motivo do bloqueio não foi esclarecido oficialmente.
“Nós vivemos um tempo difícil. Um tempo onde a liberdade de expressão tem sido questionada em muitos lugares. A universidade é um lugar de combate ao preconceito, a ignorância, a violência. Então certamente a universidade há de resistir”.
Na noite desta terça-feira (30), o governo mudou o tom. O secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima, disse que o bloqueio foi preventivo por causa da economia e pode ser revisto se a reforma da Previdência for aprovada.
Ele disse ainda que o corte de 30% vai valer para todas as universidades federais e institutos federais de ensino.
“São 30% de forma isonômica para todas as universidades no segundo semestre, que pode ser reavaliado dado um cenário econômico positivo que a gente está esperando”, disse o secretário do MEC.
O secretário falou também que, a partir de agora, para liberar mais verbas para as universidades o MEC vai adotar critérios como a qualidade do ensino e a inserção dos alunos no mercado de trabalho.
“A gente quer que as universidades foquem em prestar serviços melhores para os nossos cidadãos e que isso se reflita em ganhos de inovação, em ganhos de empregabilidade para os nossos alunos”.
O MEC assegurou que os programas de assistência ao estudante não sofrerão cortes.
Postar um comentário