Prefeitura de Cairu emite alerta sobre risco de desmoronamento da argila da Gamboa




A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável – SEDES – do município arquipélago de Cairu, emitiu um alerta sobre risco de deslizamento da argila da Gamboa, na Ilha de Tinharé, devido às fortes chuvas.


Segundo o órgão, a área já foi isolada e as pessoas não devem se aproximar para evitar acidentes.


O local é atração turística, muito frequentado em caminhadas entre a Gamboa e o Morro de São Paulo, um dos mais requisitados paraísos da Bahia. As pessoas costumam registrar fotos, tomar banho na praia que fica em frente e passar a argila no corpo, pois acreditam que traz benefícios para a pele e cabelos.


A Defesa Civil da Bahia alertou, em dezembro de 2020, para risco de deslizamento. Alerta foi dado após uma vistoria técnica realizada na zona costeira de Gamboa e Morro de São Paulo, para averiguar o processo erosivo e eventuais riscos de deslizamentos.


“Durante a vistoria, constatamos que ocorreram deslizamentos de argila e blocos de rochas ao longo deste ano e que, apesar dos riscos, as famílias estavam extraindo materiais da falésia para a prática do banho de argila. Assim, como uma ação preventiva, visando evitar um acidente semelhante ao que ocorreu na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, a Defesa Civil estadual recomendou que a Prefeitura Municipal de Cairu interdite o acesso à falésia”, disse o superintendente da Sudec, Paulo Sérgio Luz.


Além do alerta, a Defesa Civil da Bahia pediu para que o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) elabore o Mapa de Risco do município de Cairu para que a prefeitura passe a ter conhecimentos aprofundados das áreas inadequadas para a construção de imóveis residenciais e comerciais.


Em dezembro de 2021, o Crea – Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – já tinha sinalizado o risco emitindo um relatório técnico, com 104 páginas, feito por dois geólogos, um agrônomo e um geógrafo, que aponta para a possibilidade de deslizamentos da falésia. O relatório foi encomendado pela Prefeitura de Cairu.


“A situação mais preocupante e urgente em termos de medidas ambientais e estruturais refere-se à zona de muito risco, caracterizada aqui nesse relatório como de Áreas Extremamente Crítica, Muito Crítica e Moderadamente Crítica, representada pela faixa de praia entre a Gamboa e a 1ª. Praia de Morro de São Paulo”.


“Cabe ao Crea-BA informar aos profissionais da região, e de toda a Bahia, os riscos de novas construções na região das falésias.”


No comunicado, o CREA também lembrou episódio ocorrido em praia do Rio Grande Norte em dezembro de 2020, um desabamento nas falésias da praia de Pipa ao sul de Natal, que vitimou três pessoas, entre elas uma criança.


“Por isso, é importante que profissionais e sociedade estejam atentos a essas regiões e evitem a proximidade, alerta”.


Apesar dos comunicados da Defesa Civil e do Crea, até o início de janeiro de 2022, a área estava sendo frequentada normalmente.


A proibição da Sedes de Cairu foi publicada hoje (13 de janeiro) nas redes sociais.


Fonte: Baixo Sul em Pauta

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