Iniciativa leva conexão de alta velocidade, aberta e gratuita, via satélite, para locais com pouco ou nenhum acesso à internet
Foto: Pablo Le Roy/MCom |
O programa Wi-Fi Brasil, do Ministério das Comunicações (MCom), não para de levar conectividade a quem mais precisa. Por causa da iniciativa, 15.109 pontos de internet já foram instalados em todo o País, sendo que aproximadamente 500 pontos estão em fase final de instalação e, tão logo sejam concluídos, serão inseridos no painel do programa, disponível para acompanhamento de toda a sociedade.
No ranking dos estados com maior número de pontos instalados estão a Bahia (1.741), o Maranhão (1.543), o Pará (1.534), o Ceará (1.024), Minas Gerais (1.021) e o Amazonas (1.150), mostrando que os maiores estados do Norte, do Nordeste e do Sudeste – em questões territoriais – estão sendo contemplados com prioridade pela iniciativa. Em todo o Brasil, a maior parte das instalações (66,13%) foi feita em escolas das redes públicas de ensino. O restante está distribuído em unidades básicas de saúde, telecentros, aldeias indígenas, associações comunitárias e instalações de segurança pública, por exemplo.
PARÁ – Entre os pontos de internet do Wi-Fi Brasil entregues recentemente, nove estão no estado do Pará – sete em escolas (sendo uma em comunidade indígena) e dois em associações comunitárias de moradores e, todas elas, em locais de difícil acesso. A instalação foi possível com o apoio de uma balsa que percorreu o rio Amazonas para implantar uma outra iniciativa do Ministério das Comunicações (MCom): a Infovia 00 do programa Norte Conectado, que vai levar internet banda larga por meio de 770 km de cabo de fibra óptica para as cidades do Amapá (AP), Almeirim (PA), Monte Alegre (PA), Santarém (PA) e Alenquer (PA). A operação durou nove dias e foi concluída no mês passado. Quando a balsa atracava, uma equipe do MCom e da Telebrás aproveitava para selecionar um ponto e fazer a instalação da antena. Mais de 3 mil moradores dessas regiões, incluindo aproximadamente 500 alunos, foram contemplados com acesso à internet gratuita, via satélite e de alta velocidade.
SEM COMUNICAÇÃO – Parte das comunidades visitadas se encontra praticamente isolada, sem qualquer tipo de acesso à comunicação – isso inclui rádio, TV e celular. O estudante Samuel Reis tem 18 anos e está cursando o 1º ano do Ensino Médio na Escola Municipal Santa Rita, em Monte Alegre. Sem internet, a dificuldade é grande para desenvolver os estudos: “sem acesso, é difícil a gente fazer uma pesquisa, um dever de casa. A gente tem que ir até Santarém ou o centro de Monte Alegre e pagar, não só pela internet em uma lan house, como pelo combustível para fazer esse deslocamento”.
Com a visita do MCom e da Telebras, a escola dele recebeu uma antena Wi-Fi Brasil. A professora de Educação Física do colégio, Cecília Barriga, diz que até a disciplina dela será contemplada com a conexão: “assim como em várias escolas da região, a gente não tem biblioteca para os alunos pesquisarem ou até mesmo, no meu caso, uma quadra de esporte. Trabalhamos, muitas vezes, embaixo de árvore, em casa de farinha, adaptamos um espaço no campo. E a internet vai facilitar o meu trabalho na apresentação de temas extracurriculares como, por exemplo, a fibromialgia. Gosto de trabalhar bastante a questão da saúde, das patologias e conscientizar meus alunos a respeito do sedentarismo. Com a internet, vamos expandir esse conhecimento”.
A professora de matemática e física da escola, Gleyce Daniele Sousa, compartilha do pensamento da colega: “não temos condição de ter um laboratório de física. Mas há laboratórios virtuais, então, agora, eu vou poder levar meu notebook, conectar ao Wi-Fi e mostrar aos alunos diversos experimentos, trabalhando a parte prática”. Gleyce ressalta que a internet vem para mudar a expectativa de formação dos alunos: “nossos estudantes, que são do campo, vão dar um salto no grau acadêmico, vão ter condições de competir com os alunos da cidade”.
Na corrida contra o tempo, sempre há espaço para realizações pessoais. Quem fala isso com propriedade é a estudante Verônica de Sousa Lia, que hoje, com 44 anos, está no segundo ano do Ensino Médio: “sempre sonhava em ter o Ensino Médio aqui na comunidade. E está dando tudo certo para eu concluir. Com a chegada da internet então, se abrem muitas possibilidades. Sou filha dessa comunidade e posso dizer que o nosso sonho está sendo realizado”.
INTERNET VIZINHA – A Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi fundada em 1934, na comunidade ribeirinha de Maguari, ao longo do rio Maguari, em Belterra. Por lá, professores e alunos só conseguiam se conectar à internet por meio do sinal de uma comunidade vizinha, do outro lado do rio – isso quando davam sorte e a conexão se estabilizava. Para a diretora da escola, Luciane Campos Pedroso, a instalação da antena na unidade vai aprimorar o ensino: “como a maioria dos professores não é da comunidade, eles vão pra casa no final de semana – onde tem internet – e trazem conteúdos para trabalhar com os alunos durante a semana”.
Moradora da comunidade, Iraneide Azevedo de Farias também comemorou a chegada do sinal: “tenho um filho de 18 anos que costumava acordar à noite pra ver se conseguia sinal da internet da outra comunidade pra poder fazer pesquisas para a escola”. Ela destaca que os benefícios com a chegada da internet vão além: “às vezes a gente tem alguma emergência e não tem como ligar, falar com alguém. Até para quem vem de fora é difícil, porque fica incomunicável. A internet vai ser boa até pra fazer transferência de dinheiro, já que agora tem esse PIX”.
PARA TODOS – O raio de cobertura do sinal das antenas do programa Wi-Fi Brasil é de 150 metros com roteador externo. Como a conexão é aberta e gratuita, a comunidade ao redor do ponto onde foi instalada a internet, nessa área de abrangência, também pode se conectar. A novidade surpreendeu a paraibana Creuza Viana Gomes, de 58 anos, moradora da comunidade de Arrozal, em Almeirim. Ela é vizinha da Escola Maria Ivete Pereira de Lima, fundada em 1991, e que acaba de receber um ponto de internet do programa. “A gente não tinha comunicação com ninguém. Estou sem notícias da minha filha que mora em Belém, do meu filho que mora em Santa Catarina, e da minha mãe, que mora em Gurupá, aqui mesmo no Pará. E vai ser pra ela que eu vou fazer a minha primeira ligação. Ela está com mais de 80 anos e tem mais de um ano que eu não falo com ela. Vou ligar e dizer que eu tenho uma coisa muito importante pra dizer pra ela: que vocês vieram de muito longe trazer internet”, revelou.
AMPLIAÇÃO – E o programa Wi-Fi Brasil não para por aí. Para 2022, há previsão de instalação de novos pontos de internet em todo o País, até porque, em 2021, foram assinados acordos de cooperação técnica com o Sebrae e a Fundação Banco do Brasil para a instalação de novos mil pontos de internet.
No ranking dos estados com maior número de pontos instalados estão a Bahia (1.741), o Maranhão (1.543), o Pará (1.534), o Ceará (1.024), Minas Gerais (1.021) e o Amazonas (1.150), mostrando que os maiores estados do Norte, do Nordeste e do Sudeste – em questões territoriais – estão sendo contemplados com prioridade pela iniciativa. Em todo o Brasil, a maior parte das instalações (66,13%) foi feita em escolas das redes públicas de ensino. O restante está distribuído em unidades básicas de saúde, telecentros, aldeias indígenas, associações comunitárias e instalações de segurança pública, por exemplo.
PARÁ – Entre os pontos de internet do Wi-Fi Brasil entregues recentemente, nove estão no estado do Pará – sete em escolas (sendo uma em comunidade indígena) e dois em associações comunitárias de moradores e, todas elas, em locais de difícil acesso. A instalação foi possível com o apoio de uma balsa que percorreu o rio Amazonas para implantar uma outra iniciativa do Ministério das Comunicações (MCom): a Infovia 00 do programa Norte Conectado, que vai levar internet banda larga por meio de 770 km de cabo de fibra óptica para as cidades do Amapá (AP), Almeirim (PA), Monte Alegre (PA), Santarém (PA) e Alenquer (PA). A operação durou nove dias e foi concluída no mês passado. Quando a balsa atracava, uma equipe do MCom e da Telebrás aproveitava para selecionar um ponto e fazer a instalação da antena. Mais de 3 mil moradores dessas regiões, incluindo aproximadamente 500 alunos, foram contemplados com acesso à internet gratuita, via satélite e de alta velocidade.
SEM COMUNICAÇÃO – Parte das comunidades visitadas se encontra praticamente isolada, sem qualquer tipo de acesso à comunicação – isso inclui rádio, TV e celular. O estudante Samuel Reis tem 18 anos e está cursando o 1º ano do Ensino Médio na Escola Municipal Santa Rita, em Monte Alegre. Sem internet, a dificuldade é grande para desenvolver os estudos: “sem acesso, é difícil a gente fazer uma pesquisa, um dever de casa. A gente tem que ir até Santarém ou o centro de Monte Alegre e pagar, não só pela internet em uma lan house, como pelo combustível para fazer esse deslocamento”.
Com a visita do MCom e da Telebras, a escola dele recebeu uma antena Wi-Fi Brasil. A professora de Educação Física do colégio, Cecília Barriga, diz que até a disciplina dela será contemplada com a conexão: “assim como em várias escolas da região, a gente não tem biblioteca para os alunos pesquisarem ou até mesmo, no meu caso, uma quadra de esporte. Trabalhamos, muitas vezes, embaixo de árvore, em casa de farinha, adaptamos um espaço no campo. E a internet vai facilitar o meu trabalho na apresentação de temas extracurriculares como, por exemplo, a fibromialgia. Gosto de trabalhar bastante a questão da saúde, das patologias e conscientizar meus alunos a respeito do sedentarismo. Com a internet, vamos expandir esse conhecimento”.
A professora de matemática e física da escola, Gleyce Daniele Sousa, compartilha do pensamento da colega: “não temos condição de ter um laboratório de física. Mas há laboratórios virtuais, então, agora, eu vou poder levar meu notebook, conectar ao Wi-Fi e mostrar aos alunos diversos experimentos, trabalhando a parte prática”. Gleyce ressalta que a internet vem para mudar a expectativa de formação dos alunos: “nossos estudantes, que são do campo, vão dar um salto no grau acadêmico, vão ter condições de competir com os alunos da cidade”.
Na corrida contra o tempo, sempre há espaço para realizações pessoais. Quem fala isso com propriedade é a estudante Verônica de Sousa Lia, que hoje, com 44 anos, está no segundo ano do Ensino Médio: “sempre sonhava em ter o Ensino Médio aqui na comunidade. E está dando tudo certo para eu concluir. Com a chegada da internet então, se abrem muitas possibilidades. Sou filha dessa comunidade e posso dizer que o nosso sonho está sendo realizado”.
INTERNET VIZINHA – A Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi fundada em 1934, na comunidade ribeirinha de Maguari, ao longo do rio Maguari, em Belterra. Por lá, professores e alunos só conseguiam se conectar à internet por meio do sinal de uma comunidade vizinha, do outro lado do rio – isso quando davam sorte e a conexão se estabilizava. Para a diretora da escola, Luciane Campos Pedroso, a instalação da antena na unidade vai aprimorar o ensino: “como a maioria dos professores não é da comunidade, eles vão pra casa no final de semana – onde tem internet – e trazem conteúdos para trabalhar com os alunos durante a semana”.
Moradora da comunidade, Iraneide Azevedo de Farias também comemorou a chegada do sinal: “tenho um filho de 18 anos que costumava acordar à noite pra ver se conseguia sinal da internet da outra comunidade pra poder fazer pesquisas para a escola”. Ela destaca que os benefícios com a chegada da internet vão além: “às vezes a gente tem alguma emergência e não tem como ligar, falar com alguém. Até para quem vem de fora é difícil, porque fica incomunicável. A internet vai ser boa até pra fazer transferência de dinheiro, já que agora tem esse PIX”.
PARA TODOS – O raio de cobertura do sinal das antenas do programa Wi-Fi Brasil é de 150 metros com roteador externo. Como a conexão é aberta e gratuita, a comunidade ao redor do ponto onde foi instalada a internet, nessa área de abrangência, também pode se conectar. A novidade surpreendeu a paraibana Creuza Viana Gomes, de 58 anos, moradora da comunidade de Arrozal, em Almeirim. Ela é vizinha da Escola Maria Ivete Pereira de Lima, fundada em 1991, e que acaba de receber um ponto de internet do programa. “A gente não tinha comunicação com ninguém. Estou sem notícias da minha filha que mora em Belém, do meu filho que mora em Santa Catarina, e da minha mãe, que mora em Gurupá, aqui mesmo no Pará. E vai ser pra ela que eu vou fazer a minha primeira ligação. Ela está com mais de 80 anos e tem mais de um ano que eu não falo com ela. Vou ligar e dizer que eu tenho uma coisa muito importante pra dizer pra ela: que vocês vieram de muito longe trazer internet”, revelou.
AMPLIAÇÃO – E o programa Wi-Fi Brasil não para por aí. Para 2022, há previsão de instalação de novos pontos de internet em todo o País, até porque, em 2021, foram assinados acordos de cooperação técnica com o Sebrae e a Fundação Banco do Brasil para a instalação de novos mil pontos de internet.
Texto: ASCOM | Ministério das Comunicações
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