Rafael Brito (D) foi o autor do pedido de realização do debate | Bruno Spada/Câmara dos Deputados |
Na opinião da integrante do Conselho Federal de Psicologia Raquel Guzzo, a formação específica para atuar na educação é imprescindível, pois não é possível simplesmente fazer a transposição da clínica para o contexto escolar. Na escola, advoga, é necessário considerar os contextos educacionais e da política educacional para uma atuação adequada.
“Tanto a graduação em psicologia quanto a graduação em serviço social têm um caráter generalista pela complexidade da função, e o caráter generalista impede que as pessoas conheçam o campo e se atualizem nas formas de agir dentro do contexto escolar. Nós precisamos abrir concurso para as escolas”, defendeu.
Segundo a lei, os estabelecimentos de ensino deveriam contratar psicólogos e assistentes sociais em até um ano após sua entrada em vigor — a partir de 2020, portanto. Porém, com o advento da pandemia de Covid-19, a adoção da medida foi adiada. De acordo com Raquel Guzzo, até hoje somente 85 municípios cumpriram a legislação.
Orçamento
Um dos grandes entraves à efetivação da lei, conforme o vice-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Alessio Lima, é o orçamento para pagar esses novos profissionais nas redes de ensino. Segundo relatou, cerca de 50% das escolas de educação básica são municipais. Pouco mais de 1.200 municípios têm população de menos de 5 mil habitantes, alguns com menos de mil alunos na rede de ensino.
Com as dificuldades de financiamento do sistema educacional, ele afirmou que é difícil contratar um profissional de psicologia e um de serviço social para cada uma dessas localidades. Como solução, Alessio Lima sugeriu integrar as escolas com os serviços de psicologia e assistência social já existentes.
Vice-presidente do Conselho Federal de Serviço Social, Marciângela Lima contestou a ideia. Para ela, colocar um profissional para atender todas as demandas de um município inteiro não seria cumprir a lei.
“Quando a gente fala da presença nas escolas, é porque ela é necessária. É complicado pensar isso, mas é possível pensar estratégias. Mas é ruim também a gente pensar que vai ter dois assistentes sociais na secretaria municipal de Educação para atender a uma rede de 10 mil estudantes, isso não é implementação da lei”, avaliou.
Por considerar psicólogos e assistentes sociais fundamentais ao desenvolvimento de crianças e adolescentes no ambiente escolar e fora dele, a deputada Erika Kokay (PT-DF) concordou que cada sistema de ensino deve contar com esses profissionais. Para o financiamento da medida, a parlamentar também defendeu que eles sejam considerados profissionais da educação.
O autor do requerimento para o debate, deputado Rafael Brito, disse reconhecer a situação de municípios pequenos, mas questionou por que os maiores também ainda não cumpriram a lei. Rafael Brito relatou que foi secretário de Educação de Alagoas e assegurou que hoje não faltam recursos para o financiamento da área.
“Não falta dinheiro para a Educação, os porcentuais constitucionais garantem recursos. Óbvio que não dá para generalizar 100% dos casos, mas, na ampla maioria, não falta recurso para a Educação do País, o que falta são as prioridades, e esse caso aqui com certeza é uma prioridade que tem de ser atendida”, argumentou.
PNE
A coordenadora-geral de Valorização dos Profissionais da Educação do Ministério da Educação, Maria Stela Reis, ressaltou que o órgão está elaborando o Plano Nacional de Educação (PNE) para o período de 2024 a 2034. E, segundo ela, esse é o momento político ideal para discutir a contratação de psicólogos e assistentes sociais para as escolas.
Conforme explicou, o plano será baseado na solução de problemas do sistema de ensino. E muitos desses problemas poderiam ser resolvidos com a contratação de psicólogos e assistentes sociais. Como exemplo, citou o risco de “um apagão de professores” detectado pelo ministério para os próximos anos.
Dentre as causas dessa escassez de professores estariam remuneração e condições de trabalho precárias. A contratação de profissionais de psicologia e serviço social poderia melhorar as condições de trabalho e tornar a carreira do magistério mais atraente, defendeu a coordenadora do MEC.
Fonte: Agência Câmara Notícias
PNE
A coordenadora-geral de Valorização dos Profissionais da Educação do Ministério da Educação, Maria Stela Reis, ressaltou que o órgão está elaborando o Plano Nacional de Educação (PNE) para o período de 2024 a 2034. E, segundo ela, esse é o momento político ideal para discutir a contratação de psicólogos e assistentes sociais para as escolas.
Conforme explicou, o plano será baseado na solução de problemas do sistema de ensino. E muitos desses problemas poderiam ser resolvidos com a contratação de psicólogos e assistentes sociais. Como exemplo, citou o risco de “um apagão de professores” detectado pelo ministério para os próximos anos.
Dentre as causas dessa escassez de professores estariam remuneração e condições de trabalho precárias. A contratação de profissionais de psicologia e serviço social poderia melhorar as condições de trabalho e tornar a carreira do magistério mais atraente, defendeu a coordenadora do MEC.
Fonte: Agência Câmara Notícias
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