Em maio, custo da cesta diminui em 11 capitais

Entre abril e maio, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 11 das 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. As quedas mais importantes ocorreram em Brasília (-1,90%) e Campo Grande (-1,85%). As
altas foram observadas em Salvador (1,42%), Curitiba (1,41%) e Belém (1,37%). 

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 791,82), seguida de Porto Alegre (R$ 781,56), Florianópolis (R$ 765,13) e do Rio de Janeiro (R$ 749,76). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 553,76),João Pessoa (R$ 580,95) e Recife (R$ 587,13).

A comparação dos valores da cesta, entre maio de 2022 e maio de 2023, mostrou que 14 capitais tiveram aumento de preço, com variações que oscilaram entre 0,98%, em Aracaju, e 7,03%, em Fortaleza. Outras três cidades apresentaram queda:
Recife (-1,47%), Curitiba (-1,38%) e Florianópolis (-0,90%).

Nos cinco primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 11 capitais, com destaque para as taxas de Aracaju (6,28%), Belém (4,75%) e Salvador (4,14%). As quedas variaram entre -4,24%, em Belo Horizonte, e -0,40%, no Rio de
Janeiro. 

Com base na cesta mais cara, que, em maio, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação,moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE
estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em maio de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.652,09 ou 5,04 vezes o mínimo reajustado para R$ 1.320,00. Em abril, o valor necessário era de R$ 6.676,11 e correspondeu a 5,13 vezes o piso mínimo, que era de R$ 1.302,00. Em maio de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.535,40 ou 5,40 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00.

Comportamento dos preços dos produtos da cesta

• O preço do óleo de soja baixou em todas as capitais. Os recuos variaram entre -14,30%, em Aracaju, e -2,42%, em Goiânia. Em 12 meses, o movimento foi de queda em todas as cidades, com destaque para as taxas de Belo Horizonte (-39,90%), Campo Grande (-36,01%) e Rio de Janeiro (-35,74%).

Houve redução do preço nacional e internacional da soja. A demanda enfraquecida no mercado interno influenciou a diminuição dos preços praticados no varejo.

• Houve queda do preço médio do quilo da carne bovina de primeira em 14 cidades. As quedas ficaram entre -3,09%, em Natal, e -0,10%, no Rio de Janeiro.

As elevações foram registradas em Campo Grande (1,84%), João Pessoa (1,47%) e Curitiba (1,35%). Em 12 meses, todas as cidades tiveram diminuição do valor médio, com destaque para São Paulo (-9,47%). A oferta interna de carne foi maior, mesmo com o aumento das exportações, mas a demanda continuou enfraquecida por causa dos altos preços praticados no varejo.

• O preço do açúcar refinado continuou em alta em 14 das 17 capitais. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (7,71%), Belo Horizonte (6,51%) e Brasília (4,89%). As taxas negativas foram observadas em Belém (-1,22%), Natal (-0,47%) e Rio de Janeiro (-0,46%). Em 12 meses, houve queda em 14 capitais, com destaque para Natal (-7,96%), Recife (-7,40%) e Campo Grande (-6,70%).

As altas foram observadas em Aracaju (2,20%) e Porto Alegre (0,44%). Em Belo Horizonte, o preço não variou. A menor oferta de açúcar, apesar de maio ser o primeiro mês de safra, se deu por causa das chuvas, que dificultaram o transporte da cana, e do alto preço praticado pelos produtores.

• O preço do tomate aumentou em 14 das 17 capitais, entre abril e maio, com destaque para as taxas de Vitória (12,75%), Belo Horizonte (10,59%) e Belém (9,90%). As quedas mais expressivas foram registradas em Campo Grande (-8,13%) e João Pessoa (-5,27%). Em 12 meses, o preço médio subiu em 10 cidades, com taxas entre 2,67%, em Goiânia, e 27,81%, no Rio de Janeiro. As retrações mais importantes ocorreram em Recife (-34,78%) e Aracaju (-13,48%).

A oferta continuou menor e por isso os preços aumentaram no varejo.

• O preço do leite integral apresentou alta em 14 capitais e a manteiga, em 10. No caso do leite, as maiores elevações mensais ocorreram em Belém (4,80%) e Fortaleza (3,77%). Para a manteiga, os destaques foram Salvador (2,87%), Curitiba (2,58%) e Recife (2,53%). Em 12 meses, o valor médio do leite acumulou aumentos em todas as cidades, com taxas entre 7,70%, em Vitória, e 24,19%, em Recife. O preço da manteiga também subiu em todas as cidades e as variações acumuladas oscilaram entre 1,33%, em Vitória, e 24,42%, em Belém. A entressafra do leite reduziu a oferta no campo e elevou o preço dos derivados.

São Paulo

Em maio de 2023, o custo da cesta básica da cidade de São Paulo foi o maior entre as 17 cidades (R$ 791,82), mesmo com queda de -0,36% em relação a abril. Em comparação com maio de 2022, a cesta aumentou 1,79% e, nos primeiros cinco meses do
ano, variou 0,07%. Entre abril e maio de 2023, seis produtos tiveram aumento nos preços médios:
batata (3,85%), arroz agulhinha (2,95%), açúcar refinado (2,73%), farinha de trigo
 (1,76%), leite integral (0,72%) e feijão carioquinha (0,10%). Outros sete bens apresentaram diminuição no preço médio: óleo de soja (-7,15%), banana (-2,66%), café em pó (-2,53%), manteiga (-0,81%), pão francês (-0,62%), tomate (-0,58%) e carne bovina de primeira (-0,26%).

No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em nove dos 13
produtos da cesta: banana (23,78%), farinha de trigo (19,66%), leite integral (17,23%), manteiga (12,45%), arroz agulhinha (12,13%), feijão carioquinha (11,33%), tomate (9,61%), pão francês (6,34%) e café em pó (0,54%). As quedas acumuladas foram registradas no preço do óleo de soja (-28,22%), batata (-14,20%), carne bovina de
primeira (-9,47%) e açúcar refinado (-3,04%).

Em maio de 2023, o trabalhador de São Paulo, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.320,00, precisou trabalhar 131 horas e 58 minutos para adquirir a cesta básica.

Em abril, quando o piso era ainda de R$ 1.302,00, necessitou de 134 horas e 17 minutos.
Em maio de 2022, quando o salário mínimo era de R$ 1.212,00, foram demandadas 141
horas e 13 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência
Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em maio de 2023, 64,85% da
remuneração de R$ 1.320,00 para adquirir a cesta básica, que é suficiente para alimentar
um adulto durante um mês. Em abril, o percentual gasto foi de 65,98%. Já em maio de
2022, o trabalhador comprometia 69,39% da renda líquida.

Fonte: DIEESE

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