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Prefeito, vereadores e primeira-dama de Turilândia são investigados em esquema de desvio de mais de R$ 56 milhões

Reprodução / Metrópoles

O prefeito de Turilândia, no Maranhão, Paulo Curió (União Brasil), o vice-prefeito, 20 vereadores, um ex-vereador e a primeira-dama do município estão sendo investigados por participação em um esquema milionário de desvio de recursos públicos. De acordo com o Ministério Público do Maranhão (MPMA), o grupo integra uma organização criminosa responsável por desviar mais de R$ 56 milhões dos cofres municipais entre os anos de 2021 e 2025.

O prefeito Paulo Curió apresentou-se à polícia em São Luís na manhã da quarta-feira (24), após permanecer dois dias foragido. Também se entregaram a primeira-dama Eva Curió, a ex-vice-prefeita Janaína Lima, o marido dela, Marlon Serrão, e o contador da prefeitura, Wandson Jhonathan Barros. Com isso, todos os mandados de prisão que estavam em aberto foram cumpridos.

A investigação faz parte da Operação Tântalo II, deflagrada na segunda-feira (22), como desdobramento da primeira fase da operação realizada em fevereiro deste ano pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). Segundo o MPMA, o esquema envolvia empresas de fachada criadas ou controladas pelo prefeito e aliados políticos para fraudar contratos públicos e desviar recursos.

Conforme o promotor Fernando Berniz, do Gaeco, todos os vereadores da Câmara Municipal de Turilândia teriam participado do esquema, recebendo valores desviados diretamente ou por meio de familiares. Apesar disso, nem todos tiveram prisão preventiva decretada. Onze vereadores tiveram as prisões convertidas em medidas alternativas, como prisão domiciliar ou uso de tornozeleira eletrônica. Já o prefeito e a vice-prefeita devem cumprir prisão preventiva na Unidade Prisional de Ressocialização de Pedrinhas, em São Luís.

Ao todo, a operação cumpriu 51 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de prisão em diversos municípios do Maranhão, incluindo São Luís, Paço do Lumiar, Pinheiro, Barreirinhas e São José de Ribamar, entre outros.

O Ministério Público aponta indícios da prática de crimes como organização criminosa, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o esquema era liderado pelo prefeito Paulo Curió, com apoio da vice-prefeita Tânia Mendes e da ex-vice-prefeita Janaína Lima. Os desvios ocorriam por meio de contratos fraudulentos com empresas de fachada, utilizadas como “laranjas” para movimentar os recursos.

Entre as empresas investigadas estão Posto Turi, SP Freitas Júnior Ltda., Luminer Serviços Ltda., MR Costa Ltda., AB Ferreira Ltda., Climatech Refrigeração e Serviços Ltda., JEC Empreendimentos, Potencial Empreendimentos e Cia Ltda., WJ Barros Consultoria Contábil e Agromais Pecuária e Piscicultura Ltda.

De acordo com o MPMA, a ex-vice-prefeita Janaína Lima e o marido, Marlon Serrão, tiveram papel central no esquema. O Posto Turi, de propriedade de Marlon, teria recebido mais de R$ 17,2 milhões em recursos públicos. As investigações apontam que 10% desse valor era retido para custear despesas pessoais, incluindo a faculdade de medicina de Janaína, enquanto o restante era repassado ao prefeito ou a pessoas indicadas por ele. A empresa também teria sido utilizada para emissão de notas fiscais falsas.

A atual vice-prefeita, Tânia Mendes, e o marido dela, Ilan Alfredo Mendes, também são investigados por suposto recebimento de valores de empresas contratadas pelo município, inclusive relacionados à comercialização de notas fiscais falsas. Segundo o MPMA, a composição da chapa eleitoral teria como objetivo manter a influência política de Marlon Serrão dentro da administração municipal.

As investigações seguem em andamento, e o Ministério Público afirma que novas diligências não estão descartadas.

Com informações do Metrópoles 
Reprodução/Metrópoles

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