O Fundo Soberano da Rússia (RDIF) e o Governo da Bahia assinaram um acordo de cooperação para o fornecimento de até 50 milhões de doses da vacina russa Sputnik V, a primeira contra coronavírus registrada no mundo. O acordo permitirá que a Bahia, por meio da Bahiafarma, comercialize a vacina em território brasileiro, com a possibilidade de entrega a partir de novembro de 2020, desde que aprovada pelos órgãos reguladores do Brasil.
De acordo com o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, “a vacina está sendo testada em cerca de 40 mil pessoas em todo o mundo, se mostrando segura e eficaz até o momento. Ministrada em duas doses, ela utiliza a plataforma de adenovírus humano, que é conhecida e estudada há décadas. Outras vacinas em estágio de pesquisa utilizam adenovírus de macaco ou mRNA, o que significa que seus efeitos e reações adversas precisam ser estudados por mais tempo”, afirma Vilas-Boas.
O adenovírus humano é uma plataforma para o desenvolvimento de vacinas que tem se mostrado segura ao longo de décadas, incluindo 75 publicações científicas internacionais e mais de 250 ensaios clínicos.
Testes clínicos
A vacina Sputnik V está sendo avaliada, na fase três, em aproximadamente 40 mil pessoas em todo o mundo. No Brasil, o Governo da Bahia, por meio do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Couto Maia, submeterá a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pedido para testes clínicos em 500 brasileiros. A expectativa é que os testes tenham início no próximo mês.
Vacina Sputnik V
Em 11 de agosto, a vacina Sputnik V desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya foi registrada pelo Ministério da Saúde da Rússia e se tornou a primeira vacina registrada do mundo contra Covid-19, com base em uma plataforma de adenovírus humano. O governo russo já recebeu pedidos de 1 bilhão de doses da vacina.
No entanto, também enfrentou críticas e dúvidas de alguns países e empresas ocidentais, especialmente aquelas que desenvolvem suas próprias vacinas – muitas vezes baseadas em tecnologias ainda não comprovadas quanto à segurança e eficácia, como mRNA ou plataformas baseadas em vetores adenovirais de macaco. Após a publicação dos resultados dos ensaios clínicos de Fase 1 e Fase 2 do Sputnik V no The Lancet, resumimos as respostas a essas perguntas e faremos algumas das nossas. Informações detalhadas estão disponíveis em https://sputnikvaccine.com/.
(Ascom/SESAB)
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