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Bahia inaugura Banco de Leite Humano com capacidade para 7 mil atendimentos por ano

Com a capacidade de realizar 7 mil coletas por ano, o Banco de Leite Humano da Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Netto foi inaugurado nesta terça-feira (17), pelo secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, e pela subsecretária estadual da Saúde, Tereza Paim, como parte das ações de sensibilização ao nascimento prematuro, cujo problema afeta 340 mil bebês todos os anos no Brasil, sendo 21 mil na Bahia.

De acordo com a subsecretária, “neste 17 de novembro, o planeta chama atenção para o Dia Mundial da Prematuridade. Faremos a inauguração de um Banco de Leite Humano em cada uma das nove macrorregiões, pois estes equipamentos são fundamentais no combate à emergência nutricional dos bebês prematuros. Aqui o leite é colhido, pasteurizado, porcionado e entregue aos bebês que estão internados nesta ou em outras maternidades”, explica Tereza Paim.

O secretário Fábio Vilas-Boas explica que o leite materno deve ser o único alimento do bebê até o sexto mês de vida, pois possui todos os nutrientes necessários para o seu crescimento saudável. “Através do leite materno o bebê recebe anticorpos da mãe para proteção contra diarreia e infecções, além de diminuir o risco de alergias, colesterol alto, diabetes e obesidade. O aleitamento materno ainda traz benefícios também para a mãe: reduz os riscos de a mulher desenvolver, no futuro, câncer de mama e ovário, ajuda na perda de peso e acelera a recuperação após o parto, além de aumentar o vínculo afetivo com o filho”, enfatiza o secretário.

Com a inauguração de hoje, a Bahia passa a contar com oito Bancos de Leite Humano, distribuídos nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Itabuna. Para as interessadas em doar na Maternidade José Maria de Magalhães Netto, o funcionamento é das 7h às 19 horas, durante todos os dias da semana. A unidade está localizada na Rua Marquês de Marica, s/n, no bairro do Pau Miúdo, em Salvador.

O que é prematuridade e qual sua classificação?
A prematuridade é o nome que se dá a condição do bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação. A classificação pode ser com relação à idade gestacional e ao peso ao nascer. Um bebê é considerado prematuro extremo quando nasce antes de 28 semanas e 0 dia de gestação. Já os que nascem entre 28 semanas e 0 dias a 31 semanas mais 6 dias são considerados pré-termo, enquanto os prematuros moderados são os bebês nascidos entre 32 semanas e 0 dias a 36 semanas mais 6 dias. Existem, ainda, os prematuros tardios que são os bebês nascidos entre 34 semanas e 0 dias a 36 semanas mais 6 dias, sendo esta uma subcategorização do moderado. Quanto ao peso de nascimento, são classificados como recém-nascido de baixo peso quando menores de 2500g ao nascer, de muito baixo peso quando estão abaixo de 1500g ao nascer e de extremo baixo peso inferiores a 1000g ao nascer.

O que causa a prematuridade?

Existem vários motivos que podem levar à prematuridade, como as patologias maternas: doenças uterinas (miomas, colo do útero curto), infecção urinária na gestação, doenças sexualmente transmissíveis (Aids e sífilis, por exemplo), infecções adquiridas na gestação e que podem causar infecções congênitas (citomegalovirose e toxoplasmose), gestação múltipla e idade materna (mães adolescentes ou gestantes com mais de 35 anos). Diabetes gestacional, malformações fetais, ruptura prematura das membranas ovulares, hipertensão arterial crônica e doença hipertensiva da gravidez (DHEG – tipo de hipertensão que ocorre após a 20ª semana de gestação) também são motivos que podem levar ao parto prematuro.

Quando um bebê é considerado prematuro?

Um bebê é considerado de termo quando nasce no tempo certo, entre 37 semanas e 40 semanas mais 6 dias de gestação. Portanto, considera-se recém-nascido prematuro ou pré-termo aquele que nasce com idade gestacional inferior a 37 semanas de gestação, ou seja, até 36 semanas mais 6 dias. Ainda, quanto ao grau de prematuridade, chamamos de recém-nascido extremamente prematuro os que nascem com menos de 32 semanas ou 28 semanas de gestação, segundo algumas classificações.

Como evitar e lidar com a prematuridade?

É possível prevenir o parto prematuro. Tudo começa com um bom pré-natal desde o início da gestação. O acompanhamento com o obstetra deve incluir no mínimo uma consulta mensal, na qual o médico irá acompanhar o desenvolvimento do feto, bem como o estado de saúde da gestante, podendo detectar precocemente sinais das patologias mencionadas na resposta anterior e que podem causar o parto prematuro. Alguns exemplos são: a medida da pressão arterial que permite o diagnóstico precoce e tratamento adequado da hipertensão arterial, o acompanhamento das taxas de glicemia que permite o controle do diabetes, junto com a orientação de uma dieta equilibrada e hábitos de vida saudáveis, uma vez que o sobrepeso e obesidade aumentam o risco de diabetes gestacional. Ainda, é necessário a realização dos exames de ultrassonografia para seguimento do crescimento e desenvolvimento do feto, possibilitando o diagnóstico precoce de malformações fetais que possam predispor ao parto prematuro.

Para lidar com a prematuridade é importante que o bebê prematuro possa contar com o atendimento de uma equipe multiprofissional, composta por neonatologistas, enfermeiras, fisioterapeutas, fonoaudiólogas e psicólogos. Todo bebê recém-nascido demanda cuidados especiais, uma vez que depende de cuidados de outra pessoa praticamente 100% do tempo, em virtude da sua fragilidade, dependência de nutrição e higiene.

Amamentação e alimentação de bebê prematuro
Os prematuros, devido à imaturidade de sua sucção e deglutição, bem como da coordenação destas funções com a respiração, devem receber maior atenção nas mamadas quanto ao risco de engasgos. Os bebês prematuros também são mais propensos ao refluxo gastresofágico, portanto é necessário um cuidado maior com o posicionamento do bebê. O mais indicado é manter o recém-nascido em uma posição com o tronco mais elevado após as mamadas.

Estes cuidados se iniciam na maternidade, mas muitas vezes a alta dos bebês prematuros e seus cuidados pós demandam serviços especializados de saúde, como estimulação motora, acompanhamento mais frequente com pediatra e até mesmo de outros especialistas. Além disso, os prematuros tendem a ser mais sonolentos, dormem por períodos maiores e, por isso, necessitam de mais atenção para serem despertos e estimulados nos horários de mamada. Também devido a sua imaturidade imunológica, são mais vulneráveis a processos infecciosos e, com isso, a higiene de seus utensílios e de seus cuidadores no manuseio desses materiais requer atenção redobrada. É importante, ainda, evitar situações de risco, como saídas ou ambientes com muitas pessoas.

Qual a importância da conversa com os pais sobre maturidade?

O nascimento de um bebê prematuro e sua internação em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal muitas vezes geram diferentes sentimentos nos pais, especialmente nas mães, como frustração, dificuldade de aceitar a situação da gestação ter terminado antes da hora e de ter tido um bebê bem menor, frágil, gerando sentimento de culpa, incompetência, medo do desconhecido, medo de perda e muitos outros. Além disso, a UTI Neonatal é um ambiente muito tecnológico e diferente para os pais, por conta da produção de ruídos e alarmes, por exemplo. Dessa forma, o local é certamente um ambiente para o cuidado intensivo da saúde do prematuro, mas deve também ser acolhedor para os pais.

A equipe multidisciplinar deve explicar o máximo possível os cuidados dispensados ao prematuro para que os pais possam entender melhor o tratamento e acompanhar sua evolução. Porém, é muito importante que haja um suporte psicológico aos pais, por meio de uma escuta empática frente às suas necessidades e demandas emocionais específicas. Esse atendimento pode ser individualizado, mas também associado à realização de reuniões periódicas de pais de UTI com psicólogos, uma vez que os pais de diferentes bebês estão vivenciando experiências semelhantes e em diferentes estágios de evolução e podendo, assim, compartilhar seus sentimentos e contribuir para o encorajamento de outros por meio de uma rede de apoio nessa jornada.

Esse apoio é muito importante desde o início da internação do prematuro na UTI Neonatal, pois a seguir dos sentimentos iniciais de estranhamento daquele bebê frágil, confrontado com o bebê grande idealizado e do medo do desconhecido e de perda, vem a desilusão de deixar de viver os momentos com aquele bebê no quarto da maternidade com a mãe, a amamentação nos primeiros dias ou mesmo o momento da alta materna sem poder levar seu filho consigo para a casa. Assim, o suporte psicológico ocorre para que as vivências dos pais na UTI Neonatal sejam mais suaves, favorecendo a formação do vínculo com o bebê e preparando-os para o momento em que futuramente assumirão os cuidados desse bebê em casa.

(SESAB)

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