Vacina contra Alzheimer começa a ser testada em humanos

Uma boa notícia agitou a comunidade científica no início deste mês: a vacina contra Alzheimer começou a ser testada em humanos. A divulgação foi feita pela biofarmacêutica sueca Alzinova. Os testes clínicos da ALZ-101 estão acontecendo na Finlândia, onde o primeiro paciente voluntário foi recrutado.

Em comunicado à imprensa, a CEO da Alzinova AB, Kristina Torfgård, disse que “é muito gratificante que o ALZ-101 tenha agora entrado em testes clínicos em uma área com uma grande necessidade médica não atendida.”

Os dados principais para o estudo estão previstos para o segundo semestre de 2023.

Como age a vacina

A vacina age sobre uma estrutura conhecida como oligômeros beta-amilóide, que são cadeias de várias unidades da proteína, cujo acúmulo no cérebro leva à doença degenerativa de Alzheimer.

O teste que está sendo realizado tem a finalidade de avaliar a segurança e a tolerabilidade da vacina. Será investigado, por exemplo, o uso de duas dosagens diferentes durante 20 semanas.

Participam da investigação 26 pessoas voluntárias, diagnosticadas com a doença no estágio inicial. No período de testes, cada participante receberá quatro doses de ALZ-101 ou placebo.

Em comunicado divulgado, o laboratório responsável explicou que os testes serão feitos de forma randomizada e duplamente cega. Isso significa que participantes voluntários e equipe técnica não saberão quem tomou a vacina e quem tomou o placebo.

O que é o Alzheimer

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que deteriora funções cognitivas essenciais para a vida, tais como memória, aprendizado, linguagem e cálculo. Além disso, o comportamento também é comprometido de forma gradual.

Conforme explica o site do Ministério da Saúde, a enfermidade instala-se quando o processamento de determinadas proteínas do sistema nervoso central não acontece como deveria.

A partir daí, surgem fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços entre eles. Dessa forma, ocorre perda progressiva de neurônios em regiões do cérebro como o hipocampo, que controla a memória.

Essencial para a vida humana, o córtex cerebral também é afetado. Ele é fundamental para a linguagem e o raciocínio, a memória, o reconhecimento de estímulos sensoriais e o pensamento abstrato.

O Alzheimer acomete pessoas com mais idade. É o tipo mais comum de demência. Geralmente, o paciente precisa de apoio constante na execução de suas atividades de rotina, mesmo as mais simples. Não à toa, ela pode vir acompanhada de depressão, apatia e ansiedade.

Estágios da doença

Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, a sobrevida média das pessoas acometidas por Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos, a partir do diagnóstico.

O quadro clínico é dividido em quatro estágios:

• Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.

• Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos.

• Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva.

• Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. Infecções intercorrentes.

Tratamento para Alzheimer no SUS

É importante dizer que, no Brasil, centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com Alzheimer. Além disso, disponibilizam também medicamentos que ajudam a retardar a evolução dos sintomas.

Como você pode imaginar, a atenção e o cuidado com pacientes acometidos pela doença devem ocorrer em tempo integral, uma vez que envolve demandas de comunicação, alimentação e higiene, por exemplo. Uma pessoa com Alzheimer também não pode sair de casa sozinha, nem dirigir.

Fonte: Sanar Saúde

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