Dados do Censo Escolar 2024 do Inep, divulgados pelo Ministério da Educação, revelam que 22 municípios do interior da Bahia têm a maioria de seus professores sem diploma de licenciatura ou bacharelado. Embora isso contrarie a legislação vigente, muitos desses docentes possuem cursos técnicos voltados para o Magistério, geralmente realizados após o Ensino Médio. Essa realidade, segundo o levantamento, representa 19,9% do total de professores no estado.
A situação é mais crítica nas zonas rurais, onde 29,2% dos docentes não têm ensino superior, em comparação com 16,3% nas áreas urbanas. Entre os municípios com maior índice de professores sem formação superior estão Jitaúna (67,1%), Xique-Xique (62,9%) e Cansanção (60,6%). O estudo ainda detalha a formação por disciplinas como Matemática, História, Português e Ciências, apontando que uma parcela significativa leciona sem ser formada na área ou sem qualquer formação de nível superior.
Apesar de avanços na qualificação docente ao longo da última década, houve estagnação recente em algumas disciplinas. Muitos profissionais ainda atuam apenas com Magistério de nível médio ou formações curtas, o que não atende plenamente às exigências legais. Também há casos de professores com ensino superior fora da área em que lecionam, situação permitida apenas em transição para complementação pedagógica.
Diante da divulgação dos dados, algumas prefeituras se posicionaram. Caturama reconheceu o cenário, alegando tratar-se de herança de gestões anteriores, e informou estar adotando medidas corretivas. Já Ibicuí contestou os números do Inep, alegando que a maioria dos seus professores possui diploma. Fátima, por sua vez, apresentou dados próprios e ressaltou investimentos em formação docente, como bolsas, licenças remuneradas e incentivos para o ingresso em cursos superiores e pós-graduações.
Com informações do Bahia Notícias
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