Iɴғᴏʀᴍᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴇ́ ᴄᴏɪsᴀ sᴇ́ʀɪᴀ

Nova molécula mostra potencial contra leishmanioses e pode superar resistência a tratamentos atuais


Pesquisadores da Fiocruz, em parceria com instituições brasileiras e estrangeiras, desenvolveram um composto químico promissor no combate às leishmanioses. Chamado SbVT4MPP, ele combina o antimônio pentavalente (SbV) com uma estrutura de porfirina, apresentando ação até 170 vezes mais potente que medicamentos convencionais em testes de laboratório.

O composto mostrou eficácia contra várias espécies do protozoário Leishmania, inclusive cepas resistentes, e atua bloqueando a produção de ergosterol, componente essencial da membrana celular do parasito. Esse mecanismo tem como alvo a enzima 24-SMT, ausente em células humanas, o que pode reduzir efeitos colaterais.

Em testes com camundongos infectados pela Leishmania donovani, causadora da forma visceral da doença, o tratamento reduziu em 96% a carga parasitária no fígado. Apesar dos resultados animadores, os pesquisadores ressaltam que o estudo ainda está na fase pré-clínica e precisa de investimentos para avançar aos testes em humanos.

As leishmanioses — tegumentar e visceral — são transmitidas por flebotomíneos e afetam, sobretudo, populações vulneráveis. Enquanto a forma tegumentar causa feridas na pele e mucosas, a visceral pode comprometer órgãos internos, levando a febre prolongada, anemia e perda de peso.

O trabalho contou com a colaboração da UFMG, UFRB, Universidade Paris-Saclay (França) e Universidade de Montréal (Canadá), e foi publicado na revista Biomedicine & Pharmacotherapy.

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